Pesquisadores da Rice University e da Tulane University, ambas nos EUA, criaram uma pele falsa para, de certa forma, eliminar a dor das picadas de mosquito que precisam ser dadas em voluntários na hora dos cientistas estudarem como se propagam doenças como malária, dengue e febre amarela.
Não apenas o fim da dor da picada esteve no alvo dos trabalhos, como também uma forma de diminuir custos. Ao ser dada uma picada de mosquito em voluntários (e em cobaias animais), os dados podem levar muitas horas para serem processados, ao mesmo tempo em que recursos de laboratório são aplicados nos cuidados com quem se voluntariou para ser picado.
Pele sintética à base de hidrogel
Além de software de aprendizado de máquina, os pesquisadores usaram tecnologia de impressão 3D na criação de manchas gelatinosas de pele sintética à base de hidrogel. Elas receberam uma estrutura adesiva com pequenas passagens para fluxo de sangue.
Nos testes, os adesivos foram colocados em uma caixa transparente de plástico. Esse recipiente foi cercado por câmeras analisando individualmente cada pedacinho de pele de hidrogel com infusão de sangue.
Assim, os pesquisadores conseguiram registrar com que frequência os mosquitos pousaram nos pontos de pele falsa, quanto tempo permaneceram no local, se picaram ou não, por quanto tempo se alimentaram e assim por diante. Em meio aos trabalhos, os cientistas também examinaram a eficácia de repelentes de mosquitos feitos com DEET ou à base de plantas – ambos conseguiram fazer a pele falsa se livrar de picadas.
Segundo os autores do estudo, os resultados são muito promissores para entender melhor o comportamento dos mosquitos e para a criação de novos repelentes. A esperança também está no uso da criação para identificar maneiras de prevenir a propagação de doenças no futuro.